12/12/07

O sonho do cartógrafo


Dói-me a alma ao olhar para este mapa!

Dói-me ver uma terra conhecida pela união, pela fraternidade, pelo comunitarismo e pela ajuda mútua, retalhada em bocados coloridos por um cartógrafo alucinado, segundo as conveniências mais ou menos assumidas, de uns quantos indivíduos, que, para imporem as suas opiniões (enquanto escondem as suas reais e egoístas ambições!), estão a destruir um património afectivo criado por gerações e gerações de seres humanos que, unidos, lutaram desde tempos imemoriais contra um meio ambiente rude e hostil para criar uma terra que fosse boa e amiga para todos.

Este mapa, sonhado por um cartógrafo perverso e degenerado, não é o mapa da minha terra!

Aliás, a minha terra não precisa de mapas! Vai de Portelinha ao Ribeiro de Baixo e é demarcada pelos marcos iniciais da fronteira mais velha da Europa e pelas extremas das freguesias das boas gentes de Lamas de Mouro e da Peneda.

A minha terra é Dorna, é a Ameixoeira, é Barja Trabessa, é Campelo, é Curral do Gonçalo, é a Bila, é o Ribeiro de Cima, é a Adofreire, é o Bido…, a minha terra são todas as terras de Castro Laboreiro! E por isso é que a minha terra é a terra mais bonita do mundo.

A minha terra não precisa de mapas, porque nunca ninguém precisou de um mapa para amar a própria mãe!

11 comentários:

Anónimo disse...

Tu és mesmo susceptível meu pequeno!

Agradas-me cada vez mais!

Ass: O TEMÍVEL CORSO

Anónimo disse...

MON DIEU!
Estou confuso!!!
Que visão tão poética, romântica e quiça imparcial (assim como a da "Voz de Melgaço" tás a ver??) da questão em causa.
Caro conterrâneo, elucide-me por favor:
1)Sempre houve união em Castro?
2)O que é isso de ajuda mútua?
3)São só estes Senhores, que eu muitos deles só conheço de vista, que "escondem reais e egoistas ambições"?
4)É legitimo, o Sr. Dr. afirmar que o seu lugar é também, entre outros, o Ribeiro, sendo que nós todos sabemos que até há puco tempo atrás "ELES (com o máximo respeito e consideração) não se "misturavam", diziam eu sou do "Ribeiro" e tinham usos e costumes muito próprios, como sendo por ex: a dança da Cana Verde, tem tudo a ver com a que se praticava no resto do lugares de Castro, não tem?
E já agora devido ao meu profundo afecto e sobretudo gratidão com todos os "Ribeirans/Ribeiranos", um Feliz Natal e por favor não percam a identidade própria, de quem mesmo inseridos numa outra comunidade, continuam a preservar, valores tão simples como o respeito, gratidão, humildade e em muitos casos imparcialidade.
5) Para terminar
Gostava de lhe dizer:
a) Concordo consigo, o Mapa está no minimo esqusito, mas é justo alguém que por hipótese é Camarro (toda a gente sabe que não é o seu caso)ir usufruir dos baldios de Várzea Travessa (seja pedagógico)?
Última Pergunta:
No decorrer da sua vida, carreira profissional ou de empresário (???) nunca usou "Castro Laboreiro", para outros fins? Para aqueles mais egoístas, parciais e ambiciosos?
Boas Festas.

Bocanegra disse...

Caro MON DIEU!

Antes de responder às suas questões queria que soubesse que, embora o caro MON DIEU, do alto das suas certezas, pense que conhece a minha identidade, não conhece! Está equivocado! Convença-se disso, pois pode estar a ser injusto com alguém que não tem nada a ver com este Blog:

Quanto à questão da minha parcialidade ou imparcialidade a avaliação é sua e de todos os outros visitantes do Blog. Eu não me meto nisso. Só lhe peço que não confunda a parcialidade com arrogância, insolência ou má educação!

Agora, então, vou elucida-lo:

1)Exemplos, sem recuar muito no tempo, de união e da ajuda mútua:

- Os rebanhos guardados de forma comunitária, ou seja embora as reses fossem propriedade privada eram guardados no pasto pela comunidade através de um sistema de escalas. Não se lembra, pois não?

- O sistema de interajuda nos trabalhos agrícolas. Que se traduzia na ajuda que as famílias de um lugar (ou até entre lugares) prestavam às outras nos trabalhos da laboura. Não se lembra, pois não?

- a utilização do forno comunitário. Também não se lembra!?

- A ajuda mútua nos incêndios (sobretudo os domésticos). Até tocava o sino da igreja na "Bila"! Lembra-se?

- A ajuda e o apoio que os castrejos prestavam (e estou certo que ainda prestam) uns aos outros por esse mundo fora, na emigração. Se não acredita pergunte ao seu pai que tal como o meu deve ter sido emigrante, como é que foi quando, recém chegado, se viu sozinho num qualquer "bidonville" dos arredores da Paris! Pergunte!

2) Não sei que são os senhores que conhece, ou não, só de vista que escondem "reais e egoístas ambições"! Só sei aqueles que eu conheço! Aliás nem sequer o conheço a si e muito sinceramente este desconhecimento é um grande subsídio para a minha felicidade.

3)Não tenho, nem nunca tive a perspectiva segregacionista relativamente à gente dos Ribeiros (há dois, não sabia? Pergunte, não se acanhe! Ha-de encontrar alguém capaz de o esclarecer!) que, insidiosamente, transparece das suas palavras. Para mim as gentes dos Ribeiros são castrejos até à raiz da alma. Mais, estas gentes relativamente aos outros castrejos têm um valor acrescentado, uma vez que conjugam na sua cultura e vivência aspectos do povo da montanha e do povo da Ribeira do Lima! É daí que vem as "concertinadas" e a personalidade alegre e festiva em contraste com a personalidade mais introspectiva e sorumbática dos castrejos que vivem nos lugares mais altos. Quanto à "cana verde" esqueça! O meu amigo é que se calhar não frequentou os bailaricos da nossa terra porque se o tivesse feito concerteza que sabia que desde sempre se bailou não só a dita "cana verde" como também a "xula" o "bira" e até o "fado ratutcho", este último já com características mais "introspectivas e sorumbáticas".

O problema dos Ribeiros foi o isolamento a que esteve votado durante centenas de anos, até que a Junta de Freguesia eleita após o 25 de Abril de 1974 conseguiu desbloquear o processo da construção da estrada que os une aos restantes lugares da Freguesia. Lembra-se que estrada acabava na "Ponta da Estrada"? Não se lembra? Se não se lembrar pelo menos lembra-se de quando acabava nas Laceiras? Não! E em "Pau Fito"? Lembra-se? Aliás, essa estrada, como tantos outros melhoramentos feitos em toda a freguesia desde 1975, é mais uma das demonstrações da impreparação, da incompetência e da falta de formação dos membros da Junta de Freguesia, cujo Presidente também está ligado à anterior Administração dos Baldios! Não é?

E agora não se ponha com demonstrações de consideração, respeito, afecto e gratidão ao pessoal dos Ribeiros! Isso são fintas foleiras! O que o caro MON DIEU, quiz foi servir-se deles para atacar a opinião do autor deste "Blog" utilizando argumentos sem substância nenhuma. Não seja embusteiro e deixe de falar de cor! Vá primeiro aos Ribeiros e pergunte se se consideram castrejos ou não!

4) Essa de um Camarro ir usar os Baldios de Barja Trabessa é puro e mau lirismo! Toda a gente sabe que os Baldios em Castro foram sempre utilizados segundo os ascentrais costumes e que por isso cada lugar utilizava determinadas partes do território para roçar os tojos, apascentar o gado ou recolher lenha! Sempre foi assim meu caro MON DIEU! Pergunte a quem quiser! E se lhe disserem o contrário mande-os passear porque lhe estão a mentir.

E já agora se quer a minha opinião eu dou-lha: A mim não me repudia nada que um Camarro vá à lenha para o Baldio tradicionalmente usado pelos de Barja Trabessa! Nada mesmo! Sabe porque? Porque isso, a acontecer, é uma demonstração de que o Camarro precisa da lenha e não a tem no seu Baldio, porque senão era a esta que ele recorreria por estar mais próxima! E nós não queremos que o Camarro morra de frio no Inverno ou tenha que gastar dinheiro a comprar lenha que está ali à mão de semear no Baldio de Barja Trabessa, pois não! Afinal, se calhar daqui a 3 ou 4 anos é ao contrário! E então será a vez dos de Barja Trabessa irem à lenha para o Baldio tradicionalmente usado pelo "Camarros"! Não está de acordo?

Agora se falarmos de uma eventual cessão de exploração dos baldios à "Ventominho" para instalação de um parque Eólico a troco de uma choruda quantia de dinheiro, o caso muda de figura não muda? É! Nesse caso porque motivo é que os de Barja Trabessa haviam de dividir a choruda quantia com os "Camarros"? Pois é! é que enquanto os Baldios só serviram para roçar tojos, ir à lenha, e apascentar as reses, nunca ninguém quis saber se eram bem ou mal administrados, mas agora que apareceram as Eólicas e os subsídios da CEE, "aqui del rei" que os carolas que estiveram a administrar isto são uns incompetentes e mal formados que só deram prejuízos ao bom povo! Não há nenhuma hipocrisia nisto pois não!

5) Por fim, meu caro amigo MON DIEU, reafirmo que está equivocado! O meu amigo não me conhece e pensa que sim! No entanto e embora não me acredite, eu vou dizer-lhe, em primeiro lugar, que embora seja Licencado, nem sequer sou Dr! Em segundo lugar não sou nem nunca fui Empresário. Em terceiro lugar nunca na minha carreira profissional usei a minha terra para qualquer outro fim que não fosse o puro prazer que me dá visita-la e estar lá sempre que posso a conviver com verdadeiros castrejos (ainda os há! Não sabia?). Ah! também faço questão e farei, por muito tempo (assim DIEU me dê saúde) de divulgar Castro neste Blog. E de intervir e opinar sobre todo as questões que sejam ou benéficas ou prejudiciais para a terra! Pode contar com isso.

Passe bem e que DIEU o acompanhe!

Anónimo disse...

Boca negra 68 - MON DIEU 0

O MON DIEU não sabe dançar a cana verde...O MON DIEU não sabe dançar a cana verde...O MON DIEU não sabe dançar a cana verde...O MON DIEU não sabe dançar a cana verde...O MON DIEU não sabe dançar a cana verde...O MON DIEU não sabe dançar a cana verde...O MON DIEU não sabe dançar a cana verde...O MON DIEU não sabe dançar a cana verde...

Eu sei...eu sei...o MON DIEU escolheu as cores do mapa.
Era necesário colocar o cor de rosa. Não havia outra cor, não?

E o resto da freguesia no mapa?
Ou é o mapa das ventoinhas?
E os do Ribeiro? Nem mapa,nem ventoinhas, nem dinheiro.

Por isso a negação e desconhecimento do MON DIEU:

1)Sempre houve união em Castro?
2)O que é isso de ajuda mútua?

Isto para ele vale zero.

DIEU

Eira-Velha disse...

Vejo que o tema dá pano para mangas. E vejo também que os baldios estão a ser muito apetecíveis, porque se não não havia necessidade de inventar novos mapas cor-de-rosa. Penso que nunca o velho brocardo popular foi tão bem empregue: dividir para reinar. Alguém deve estar muito feliz ao sentir as rivalidades que existem lá pela serra.
Um abraço e Bom Natal

fotógrafa disse...

Hoje passo mesmo só para desejar um bom fim de semana!!!
Abraço

fotógrafa disse...

Bocanegra, acho que fazes muito bem, continuar a divulgar a tua terra...isso é de homem, dizer o que se sente e pensa do sitio onde nascemos...há sempre uma ligação sentimental ao nosso lugarejo, seja ele grande e importante, ou pequeno e singelo...
quem assim não pensa, paciência, meta a viola no saco e vá cantar e maldizer para outra freguesia...rsrsrs
Um abraço e bom fim de semana

Anónimo disse...

Paf... Paf... Paf... Paf... Paf...

Tu, além de seres susceptível, arreas-lhe a valer meu pequeno!

O pobre coitado do Mon Dieu levou tantas no toutisso que já näo diz coisa com coisa! Acho que lhe estropias-te algo dentro da metrouca, porque o pobre diabo já só repete parvoíces!

É assim mesmo meu pequeno! O capacete deste pobre infeliz já é teu! Mas promete-me que para a próxima näo lhes bates tanto! Está bem meu feroz pequeno!?

Ass: O TEMÍVEL CORSO

fotógrafa disse...

NATAL...solstício de Inverno...
Tempo de mudança e de posio...
Tempo para repensar na nossa vida, fazer balanço...e...vivê-la com alegria!
Por mais escolhos que haja no caminho percorrido, que a LUZ DA COMPAIXÃO,siga sempre na nossa frente, a alumiar as nossas rotas...
Um NATAL, com saúde, e boa disposição e que se não trouxer nada de novo, materialmente falando, pelo menos que renove em nós a vontade de sermos FELIZES!!!
beijos...beijos...beijos, para todos os meus amigos reais...e virtuais!

Anónimo disse...

Meu pequeno,

Sabes que nos tempos em que tu eras um mísero cagador de fraldas, eu cheguei a abandonar a minha bela ilha para ir aos bailhes a Castro?

Lembro-me bem! Dançabam-se os passosdobles, as cumbias, os tangos, o frederique françoise e essas modinhas todas que lhe dixes-te ó MON DIEU.

Mas, quando habia un bô bailhe. Um bailhe a serio! Cheio de belhas sabidas (daquelas vestidas de preto é iguaizinhas às da minha ilha), entom bailhabamos, o “Sóque Ratchado”!

Atençõn! Porque o “Sóque Ratchado”, só as belhas o sabiam bailhar é ensinar ós parbalhos que as enfrentabam! Era unha dança dura é tesuda!

As Belhas, é as moças eram iguaizinhas às da minha ilha, ou seja: - xeitosas é peitudas (as moças!) é feias é más (as belhas!), mas ambas susceptíveis.

Que saudades meu pequeno!

Ass: O TEMÍVEL CORSO

Anónimo disse...

CAMARRO

A grande bocanegra escreves direito por linhas tortas,bravooo......o coitado do MON DIEU nao save o que diz.mas tu chegastelhes a roupa ao pelo.muito bem espero que continues..