23/11/07

Alerta-Aproveitamento Hidroeléctrico da Assureira


Por agora é só uma hipótese e tudo leva a crer que não irá passar disso, contudo, embora seja matéria eminentemente técnica, é melhor por-se ao corrente do que é que consta previsto no designado «Projecto de Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico» (PNBEPH):

«Para o aproveitamento da Assureira adoptou-se o NPA(?) da albufeira à cota 750m, de forma a garantir uma capacidade de armazenamento considerada adequada, representando um aumento de 7m relativamente ao previsto em estudos anteriores. Verifica-se ainda que a rentabilidade económica do aproveitamento melhora quando se aumenta o NPA(?) da albufeira.

Foi adoptada uma solução com central reversível, dado que esta alternativa apresenta condições económicas mais favoráveis quando comparada com a alternativa não reversível.

A restituição dos caudais turbinados será realizada no interior da albufeira existente de Alto Lindoso, à cota 338m.

O caudal do equipamento adoptado foi de 25m3/s, considerando um valor adequado em função do escoamento afluente à albufeira, e que é de 10m3/s superior ao origionalmente previsto.

A barragem foi prevista do tipo betão-gravidade, com uma altura de 35m, criando uma albufeira com uma capacidade de armazenamento de 4hm3. O circuito hidráulico será constituído por um túnel com um desenvolvimento total de 12,2Km e a central será subterrânea e ficará implantada próximo da restituição na albufeira de jusante.

A queda bruta nominal disponível será de 412m e a potência disponível será de 88MW, permitindo uma produção de energia de 119GWh/ano. Para a taxa de actualização de referência adoptada de 6%, a rentabilidade é francamente interessante (a TIR(?) é de 12,4%), sendo o custo actualizado da energia produzida de 0,053€/kWh.
in Projecto de PNBEPH

Apesar da referência, neste último parágrafo, à elevada rentabilidade, a verdade é que nas conclusões do Projecto de PNBEPH, a hipotética barragem da Assureira é uma das não incluídas para efeitos do futuro PNBEPH (lembrem-se que os estudo que vimos citando se trata de um projecto com diversas alternativas a considerar e não uma decisão definitiva), por se considerar que a sua implementação não é necessária para o cumprimento das metas de potência instalada estabelecidas.

Espero que assim seja, porque embora me considere, em muitos aspectos, um progressista, no que diz respeito à protecção do ambiente, das paisagens naturais e do património da minha terra sou um conservador extremista, fanático e perigoso.

3 comentários:

Eira-Velha disse...

NPA (Nível de Pleno Armazenamento) é o nível considerado economicamente mais favorável no desenvolvimento deste tipo de aproveitamento de recursos hídricos. As barragens hidroeléctricas foram uma solução para a produção de energia há dezenas de anos atrás mas actualmente há outras possibilidades como é os aerogeradores. Outra forma de produzir energia em quantidades mais que suficientes e não ficar dependente do petróleo é a energia nuclear mas desta eu tenho medo.Temos ainda para explorar uma fonte de energia que no caso de Portugal pem uma enorme margem para crescer mas que ainda é cara: a energia solar. Penso que o futuro, mais próximo ou longínquo, passará por esta via.
Não está provado que as barragens produzam danos ambientais de relevo e, regra geral, até acarretam vantagens patrimoniais e benefícios diversos para as populações próximas (veja-se o que está a acontecer em Alqueva). Como não temos petróleo haverá que aproveitar os recursos que temos...
Um abraço

fotógrafa disse...

Na verdade, nós temos sempre medo das mudanças...mas se o reverso da medalha, não causar demasiados danos...então teremos que ser flexiveis, e acreditar que assim todos beneficiarão desse projecto...
Se é para bem das populações ...ÓPTIMO!!!
Um abraço

Anónimo disse...

De forma simplificada, a TIR é a "taxa interna de rentabilidade" do projecto. O investidor decide implementar o projecto quando a TIR é superior à taxa de referência que ele próprio estabelece como patamar mínimo.