29/10/07

As perdizes


Já há muito tempo que não caço nos belos montes da nossa terra. Primeiro os meus velhos camaradas de caça foram falecendo ou "reformando-se" e eu fiquei assim como... sózinho, e acabei por não me integrar em mais nenhum grupo de caçadores castrejos. Depois, a distância também influiu! Sim porque isto de fazer cerca de duas centenas de quilómetros para ir caçar a Castro, afecta não só a carteira mas também a disposição!

Contudo, nestes belos dias de Outono, continuo a sentir o "vicio" e a nostalgia da caça e a lembrar-me de tantos e tão bons momentos passados na senda das perdizes em Porquéguas, no Talefe ou em Barreiras Brancas, na companhia dos meus velhos companheiros e mestres não só na arte da caça mas sobretudo na arte da vida.

Por eles e para os meus caros conterrâneos que, por esta época do ano, continuam sadiamente a galgar e a usufruir dos nossos maravilhosos montes, praticando a nobre arte, fica aqui um grande e forte abraço, com votos de boa sorte, de outro caçador, não praticante é certo, mas para sempre caçador. E convém não esquecer que tal como disse Miguel Delibes, um famoso caçador e escritor castelhano: "Aquilo que um caçador é capaz de fazer por uma perdiz, só outro caçador o consegue entender"


2 comentários:

fotógrafa disse...

É agradável e saudável, saber que ainda há grupos de pessoas, que para higiene mental e continuação das tradições da nossa terra, não têm complexos em dizer que gostam e vão á caça!
Acho legitimo que quem gosta de o fazer e o faz em plena consciência de estar em comunhão com a natureza...que o faça
Gostei como sempre de por aqui passar e reviver tudo o que aqui é lembrado...

Bocanegra disse...

Obrigado.

És sempre bem-vinda.