Apesar destes modernismos bacocos, há um poema famoso de Alberto Caeiro (pseudónimo de Fernando Pessoa) que imortaliza a palavra "Renque". Chama-se “Um Renque de Árvores” e reza assim:
Um renque de árvores lá longe, lá para a encosta.
Mas o que é um renque de árvores? Há árvores apenas.
Renque e o plural árvores não são cousas, são nomes.
Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem,
Que traçam linhas de cousa a cousa,
Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais,
E desenham paralelos de latitude e longitude
Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida do que isso!
Em Castro Laboreiro, o “Renque” é um sítio informal, onde costumeiramente os Castrejos se encontram (se alinham!) nos seus momentos de ócio ou a caminho dos seus afazeres quotidianos e, prazenteiramente, se demoram a pôr as novidades em dia, falando do tempo, da agricultura ou de qualquer outra novidade mundana que os traga intrigados. Embora com conotações bem mais modestas, é algo assim como o “Largo” dos alentejanos tão bem descrito e caracterizado por Manuel da Fonseca na sua obra intitulada o “Fogo e as Cinzas”.
Eis aqui esta preciosa fotografia onde se vê Castrejos autênticos num Renque autêntico:Autor: Phoenix Ocean
Fonte: Flickr
2 comentários:
Fotografia autêntica!!!
pois essa gente ai conhessoa eu, alguma ainda e da minha familia,loll,......
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