28/04/09

A erecção da "Bila"

Se clicarem aqui irão encontrar um Projecto de Lei do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, datado do passado dia 12 de Março, por via do qual se pretende elevar, ou ereger, diria eu, (sic) «(...) à categoria de Vila Castro Laboreiro, situado na área do município de Melgaço, distrito de Viana do Castelo»

Que dizer desta generosa e galvanizante proposta dos deputados do Partido Socialista e dos seus fundamentos?

Dando vazão àquele sentimento tão intrinsecamente Castrejo que se traduz em logo dizer mal de toda e qualquer iniciativa pública ou privada, importa dizer que o dito Projecto de Lei enferma da utilização indevida de uma figura de estilo, tecnicamente designada por metonímia ou, mais precisamente, por uma variante da metonímia designada por sinédoque. Isto porque, tal como é habitual acontecer em muitas outras situações, os autores do Projecto de Lei confundem a parte com o todo, melhor dito, confundem o Lugar (Aldeia) da "Bila" com o todo que é Castro Laboreiro. Pois! É que Castro Laboreiro é composto por 41 lugares para além da "Bila" e por isso dificilmente se poderá ereger ou elevar Castro Laboreiro a Vila!

Confusos? Não há motivos para isso! Eu, aqui dos píncaros da minha curta ciência, vou tentar explicar melhor: - O antiquíssimo topónimo "Castro Laboreiro", cuja origem não é pacífica (existem, tanto quanto sei, pelo menos 3 teorias para o explicar) é, nos dias de hoje, e primeiro que tudo, uma designação administrativa e por isso mesmo territorial, ou seja, o mencionado topónimo designa, desde logo, uma Freguesia (até 1855, um Concelho) e por essa via um território cujas fronteiras estão delimitadas desde a Baixa Idade Média; por outro lado o topónimo encontra-se historicamente associado ao principal aglomerado populacional do território que também foi a sede do antigo concelho, ou seja ao lugar, ou melhor dito, à Aldeia da Vila ou "Bila" como por aqui se diz, sendo que por isso se chama à dita Aldeia, a Vila de Castro laboreiro. Ora, os bem intencionados deputados misturam flagrantemente as duas coisas uma vez que o que pretendem é elevar à dignidade de Vila, não já Castro Laboreiro mas antes e tão só a antiga Vila, ou "Bila", de Castro Laboreiro.

À parte estes pormenores estilísticos que têm o valor que têm, mas que denotam um certo desconhecimento de causa, o que se me oferece dizer é que o tal Projecto-Lei, a materializar-se numa Lei da Assembleia da República (coisa que ainda falta ver, pois que, pelo que parece, no caso da Vila de Castro Laboreiro não se verificam todas as condições legais de que a Lei n.º 11/82 faz depender a elevação das Aldeias em Vilas) será tão só a consagração simbólica de uma realidade sobejamente imbricada no inconsciente colectivo dos Castrejos, pois para estes a "Bila" nunca deixou de ser uma Vila, motivo pelo qual e como é óbvio, nunca a Aldeia em questão mereceu outra designação, passe a redundância, que não fosse a de "Bila".

Os efeitos práticos e úteis desta preconizada "elevação" não serão contudo despeciendos, uma vez que qualquer focalização ou refocalização mediática, que haverá de vir no caso da "elevação" se concretizar, será sempre útil para uma terra cuja a economia se sustenta cada vez mais e quase exclusivamente no turismo, motivo pelo qual é devida gratidão aos Deputados que avançaram com este Projecto de Lei.

Questão diferente e que gostaria de colocar aos Deputados não só do PS mas de todos os outros Grupos Parlamentares é a questão da manutenção da Freguesia de Castro Laboreiro numa futura reforma administrativa do estado que, diga-se, por ser matéria melindrosa, tem vindo a ser permanentemente adiada, mas que por certo irá ser levada a cabo nos próximos anos. É que no pior dos cenários poderemos vir a ficar com uma Vila mas sem uma Freguesia. Mas isso são contas de outro rosário...

26/04/09

Não foi bem assim!?



Capitães de Abril, Maria de Medeiros

Não foi bem assim pois não? Mas poderia ou deveria ter sido!

Biba a liberdade carago!

17/04/09

King of Dogs

Numa lojeca virtual chamada ZAZZLE o cão da nossa terra está na moda! Ele há t-shirts:





Saquetas e canecas:


Gravatas, alfinetes e outras e diversas coisas, aparatos e mixórdias que nem o arrenegado se haveria de lembrar!

Um belo exemplo de empreendedorismo hã! Mas porque raio não foi um castrejo a lembrar-se disto éh?

Que se "cosa", bou é comprar, ó menos, uma gravata pra ir os casamentos agora pela altura do "Beran"! Bou botar um figuraço carago! Non bai haber outro tan pinpon coma mim!

14/04/09

Não! Não conto como foi!

Eu sei que, quem viu, quer saber como foi!

Contudo, estes aprazíveis dias pascais, passados lá na terrinha, foram de suplício! Fartei-me de indicar onde foram as filmagens do "conta-me como foi"! Fartei-me de dizer e de responder que não! Que em Castro nunca se morreu assim; e que, há trinta e tal anos atrás, o bom povo de Castro Laboreiro não dispunha de uma "sentina", onde, pobres e insalubres crianças de 10 anos (ou isso) faziam as suas necessidades!

Não! Tal buraco nunca existiu! Fora da escola primária!